Prece de Cáritas

domingo, 25 de janeiro de 2009

Personagens Bíblicos II – Ester

Ester é contada no menor livro da Bíblia e fala sobre uma mulher, que mesmo diante da possibilidade de perecer foi fiel ao seu povo.
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Ester, também conhecida como Hadassa, era uma jovem judia da tribo de Benjamin e devido à morte de seus pais foi criada por um primo chamado Mordecai.
Habitavam na fortaleza de Susã, sob o reinado de Assuero (Xerxes).
A rainha Vasti, esposa do rei Assuero, foi banida da casa real pois recusou-se a mostrar sua beleza durante um banquete oferecido pelo rei.
Para substituir Vasti iniciou-se a procura por uma jovem bonita e virgem e Ester foi eleita pelo rei como a mais linda jovem entre todas as que foram apresentadas; escolhida como a nova rainha, não divulgou, contudo, sua origem judaica
Seu primo Mordecai descobriu um complô organizado por Hamã, um alto oficial do rei, para aniquilar o povo judeu. Hamã persuadira o rei Assuero a assinar uma ordem que decretava o massacre dos judeus
.Mordecai contou esta situação a Ester que seria obrigada a tomar uma decisão de arriscar a própria vida se procurasse o rei sem ser convidada ou permaneceria em silêncio e comprometeria a vida de todos os judeus.
Mediante a expressão: “Se eu perecer, pereci”, tomou a decisão de procurar a ajuda do marido contra Hamã.
No final o inimigo dos judeus foi enforcado por ordem do rei e, embora o decreto do rei não pudesse ser revogado, Assuero deu uma permissão especial aos judeus para se defenderem contra o iminente massacre Assim eles o fizeram e foram salvos.
Ester e Mordecai prestaram seus serviços ao rei Assuero e a Deus com fidelidade e honra, e conquistaram o respeito de todos.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Pensadores I - Hermes


Hermes Trimegisto, ou três vezes grande, assim os gregos discípulos dos egípcios se referiam a Hermes, pois que o consideravam como rei, como legislador e como Sacerdote.
Certas palavras de Hermes, prenhes de sabedoria antiga, são excelentes para nos dar uma idéia de seus ensinamentos aos seus discípulos.
Assim dizia Hermes ao seu discípulo Asclépio:

“Nenhum dos nossos pensamentos, saberá conceber Deus, nem nenhuma língua defini-lo. O que é incorpóreo, invisível, informe não pode ser apreendido pelos nossos sentidos: o que é eterno não pode ser medido pela curta regra do tempo; Deus é, pois ,inefável. Deus pode, isto é verdade, comunicar a alguns eleitos a faculdade de se elevarem acima das coisas naturais, para perceberem algum raio da sua perfeição suprema; - mas esses iniciados não encontram em linguagem vulgar palavras que possam exprimir a visão imaterial que os fez estremecer. Poderão explicar à humanidade as causas secundárias das criações que passam sob seus olhos, como imagens da vida universal; mas a causa primária conservar-se-á sempre vendada, e nós não chegaremos a compreendê-la, senão ultrapassando a morte.”

A morte de Hermes é contada como a da partida de um Deus:

“Hermes viu o conjunto das coisas; e, tendo visto, compreendeu e, tendo compreendido, teve o poder de revelar e manifestar. O que ele pensou, ele o escreveu; o que ele escreveu, ele o ocultou em grande parte, calando com sabedoria e falando só quando devia, a fim de que todas as gerações futuras procurassem o que o seu pensamento descobrira. E assim, tendo ordenado aos deuses seus irmãos que lhe servissem de cortejo-, ele ascendeu às estrelas.”

Para finalizar, um fragmento de pensamento de Hermes:

“Escutai-o em vós mesmos e vede-o no infinito do Espaço e do Tempo. Ali reboa o canto dos Astros, a voz dos Números, a harmonia das Esferas.
É cada sol um pensamento de Deus e cada planeta um modo desse pensamento. É para conhecer o pensamento de Deus, ó almas!, que desceis e subis penosamente o caminho de sete planetas e dos seus sete céus.
Que fazem os Astros? Que dizem os números? Que rolam as Esferas? – Ó almas perdidas ou salvas, eles dizem, eles cantam, elas rolam, - os vossos destinos!”

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Personagens Bíblicos I – Jefté e Sansão

Ambos se tornaram “Juizes” e são considerados heróis em sua época, sendo Jefté quase não comentado nos tempos atuais e o Sansão a que nos referimos é aquele mesmo da “Dalila” que lhe cortou a “cabeleira da força”.
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JEFTÉ
(Juizes 11 e 12)
A vida de Jefté foi marcada de acontecimentos estranhos. Em muitos aspectos, foi uma vida triste. Ele teve o infortúnio de ser filho de uma prostituta e, por causa disso, sofreu com o sarcasmo e as zombarias por parte dos irmãos. Quando seu pai morreu foi expulso de casa, sendo forçado a viver como bastardo.
Mas havia características muito boas nele. Em um tempo de crise nacional, quando o mesmo povo que o expulsou o procurou, buscando ajuda, Jefté se mostrou disposto a perdoar aqueles que o trataram com crueldade. Sua tentativa de fazer paz com os amonitas mostrou tanto sua humanidade como conhecimento das Escrituras.
A questão de seu estranho voto a Deus, no qual prometeu sacrificar o primeiro que saísse ao seu encontro, quando retornasse para casa vitorioso da guerra contra os amonitas, tem suscitado muita controvérsia, pois a primeira pessoa que ele avistou foi sua própria filha única. Este assunto requer um estudo cuidadoso, pois cremos que não houve o sacrifício de morte, mas sim que a filha se dedicou ao recolhimento total fazendo voto de castidade e adoração a Deus.


SANSÃO
(Juizes 13, 14, 15 e 16)

Sansão é reconhecidamente um dos personagens mais enigmáticos da Bíblia. Era um homem de grande fé, ainda que constantemente quebrasse sua santificação como narizeu, a fim de satisfazer seus apetites carnais.
Sansão possuía qualidades que servem como exemplo para todas as gerações. Embora estivesse capacitado com uma força sobre-humana, mesmo assim era necessário ter um altíssimo grau de coragem para realizar o que ele fez.
Sansão tinha um pronunciado senso de humor, embora, as vezes, fosse um tanto macabro. Também possuía seu próprio código de honra. Ele disse: Assim como me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles (Juizes 15.11). Entretanto temos que lembrar que ele era o homem designado por Deus para livrar Israel do jugo dos filisteus.
O pecado constante de Sansão era sempre buscar entretenimento no território inimigo. Sansão saía a procura de tentações (pular a cerca). “Brincou com fogo” na casa de Dalila e acabou se queimando. No final, teve sucesso em destruir a opressão dos filisteus, uma proeza que culminou em sua morte.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Ser Feliz

Este texto de Fernando Pessoa é uma contribuição de Helena Quintanilha a matriarca da Família.
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“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recanto de sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser Feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Povo

Irmão Marcenal, Obrigado por contribuir com tal preciosidade que passarei a chamar de: Mais Uma "Ponta" da Verdade ?
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Há no mundo uma raça de homens com instintos sagrados e luminosos, com divinas bondades do coração, com uma inteligência serena e lúcida, com dedicações profundas, cheias de amor pelo trabalho e de adoração pelo bem, que sofrem, e se lamentam em vão.

Estes homens são o Povo.

Estes homens, sob o peso do calor e do sol, transidos pelas chuvas, e pelo frio, descalços, mal nutridos, lavram a terra, revolvem-na, gastam a sua vida, a sua forca, para criar a pão, o alimento de todos.

Estes são o Povo, e são os que nos alimentam.

Estes homens vivem nas fábricas, pálidos, doentes, sem família, sem doces noites, sem um olhar amigo que os console, sem ter o repouso do corpo e a expansão da alma, e fabricam 0 linho, o pano, a seda, os estofos.

Estes bomens são o Povo, e são os que nos vestem.

Estes homens vivem debaixo das minas, sem o sol e as doçuras consoladoras da Natureza, respirando mal, comendo pouco, sempre na véspera da morte, rotos, sujos, curvados, e extraem o metal, o minério, o cobre, o ferro, e toda a matéria das indústrias.

Estes homens são o Povo, e são as que nos enriquecem.

Estes homens, nos tempos de lutas e de crises, tomam as velhas armas da Pátria e vão, dormindo mal, com marchas terríveis, a neve, a chuva, ao frio, nos calores pesados, combater e morrer longe dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos, para que nós conservemos o nosso descanso opulento.

Estes homens são o Povo, e são os que nos defendem.

Estes homens formam as equipagens dos navios, são lenhadores, guardadores de gado, servos mal retribuídos e desprezados.

Estes homens, são os que nos servem.

E por isso que os que tem coração e alma, e amam a Justiça, devem lutar e combater pelo Povo.
E ainda que não sejam escutados, tem na amizade dele uma consolação suprema.

texto "O Povo" de Eça de Queirós

domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma "Ponta" da Verdade ?

A natureza funciona como um sistema de apoio mútuo, entretanto muitas vezes já ouvimos justamente o contrário. Dizem-nos que ela é implacável, insensível e dura, que opera no contexto de sobrevivência dos mais aptos. Na verdade estamos todos interligados num gigantesco sistema de apoio mútuo que permite que a nossa vida funcione da melhor maneira possível. Observe a Terra girando em seu eixo, o Sol oferecendo o seu constante calor, todo o sistema formando os mecanismos necessários à vida. Somos uma unidade, e quanto mais cedo nos livrarmos da idéia de que somos distintos uns dos outros, tanto mais cedo vamos reconhecer que a solução dos problemas humanos está em nos apoiarmos mutuamente de maneira criativa.
Uma das maiores barreiras entre nós e a oportunidade de uma verdadeira conexão com o outro é a nossa recusa em compreender que todos somos iguais. Durante séculos, temos nos dedicado à construção de elaboradas estruturas baseadas nas noções falsas de desigualdade. Desde o estabelecimento, da primeira cidade do mundo (em Jericó), há uns 8.000 anos, tem prevalecido as relações desiguais. Mesmo quando as religiões nos ensinam que “todos os homens são criados iguais e dotados pelo seu Criador de certos direitos inalienáveis”, as relações desiguais proliferam. Elas constituem o principal obstáculo à verdadeira democracia entre os homens, até mesmo quando a experiência revela que todos querem ser tratados com respeito e dignidade e, mais ainda , que sua vida faz diferença.
É interessante especular sobre o tipo de mundo que teríamos caso a Natureza não funcionasse mediante apoio mútuo. Os átomos de carbono ficariam isolados num clube exclusivo, o oxigênio e o hidrogênio não se combinariam para formar a água e as inúmeras alianças estranhas, necessárias à formação de uma célula viva, enfrentariam barreiras de classe. À medida que descobrimos o ethos ecológico, desvelamos a vasta teia invisível de relações que sustentam e aperfeiçoam a evolução da vida. Na Natureza, todas as partes são essenciais.
Talvez tenhamos que desenvolver a habilidade de ir além do próprio interesse pessoal para nos conectarmos com todas as pessoas, vendo-as como parte de nós mesmos. Essa mudança de consciência só pode ocorrer numa pessoa de cada vez, e é alcançada quando estendemos a nossa tolerância e o nosso apoio uns aos outros.Somos componentes de uma vasta orquestra cósmica em que cada instrumento vivo é essencial para a execução harmoniosa por parte do todo. Se pudéssemos integrar essa idéia à nossa vida, criaríamos circunstâncias em que todos ganhariam.

Do Pó Viestes e ao Pó Tornarás

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Os Sofistas


O ideal máximo da lógica é a coerência. A lógica foi sistematizada por Aristóteles, e se constituiu até o começo da idade moderna como matéria prima principal ao lado da teologia e da filosofia.
Aristóteles foi discípulo de Platão, que mantinha uma escola em Atenas denominada Academia. Ali, talvez, Platão o tenha levado a gostar das formas coerentes de pensamento, motivando-o a lógica. Contudo, Aristóteles só veio a elaborar seu sistema quando já estava afastado do mestre. Seus discípulos reuniram todos os seus trabalhos sob o título de Organon (Instrumento), como um meio de chegar à coerência do pensamento. Durante estes trabalhos, Aristóteles deparou-se com todo o acervo de pensamentos anteriores e ele e viu-se, então embaraçado com uma série de contradições, algumas aparentes e outras reais.
Estas contradições tomaram vulto a partir dos sofistas. Diante disso, o filósofo reagiu elaborando o primeiro sistema lógico. Os Sofistas foram pensadores do século V a.C, e iam de cidade em cidade ensinando a troco de dinheiro. Ensinavam como atacar os adversários em juízo e como sair vencedor nas discussões. Nesta tarefa não se preocupavam com qualquer tipo de lógica. A única regra era sair vitorioso. A propósito vejamos uma argumentação em juízo entre Protágoras e seu discípulo Euatlho. Protágoras havia combinado com Euatlho ensinar-lhe oratória mediante certa quantia, que seria paga da seguinte maneira: metade ao terminar a última lição e a outra metade quando discípulo tivesse ganho a primeira causa nos tribunais. Entretanto o pagamento restante ia-se prolongando. Protágoras começou a recear a não mais receber o que lhe era devido. Resolveu, por isto, levar o discípulo às barras do Tribunal.
Sua argumentação resume-se no seguinte:
“De qualquer maneira terá que pagar, pois se perder a causa, a decisão do Tribunal, é claro obrigá-lo-á a me pagar. Se, porém, ele ganhar a causa, terá que me pagar do mesmo modo por força do acordo que tem comigo. Em qualquer dos casos, portanto, Euatlho terá que saldar a dívida”.
O velho sofista grego não contava com o aproveitamento didático do ex-discípulo que, diante do mestre, assim se defendeu:
“Se ganhar este processo, nada terei que pagar, porque é essa a decisão do Juiz. Se perder, nada terei que pagar, por que assim ficou estipulado no meu acordo com Protágoras. Em qualquer caso nada ficarei devendo”.

Em sua opinião, quem está sofismando, Protágoras ou Euatlho?

domingo, 4 de janeiro de 2009

A Filosofia do Mundo (Karl Jaspers)

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Há quem diga que a filosofia é demasiado complexa, não a compreendendo, está além do meu alcance, não tenho vocação para ela e, portanto, não me diz respeito. Ora, isto equivale a dizer: é inútil o interesse pelas questões fundamentais da vida; cabe abster-se de pensar no plano geral para mergulhar, através do trabalho consciencioso, num episódio qualquer de atividade prática; quanto ao resto, bastará ter “opiniões” e contentar-se com elas.
E surgem os detratores. Ela é desprezada como produto final e mendaz de uma teologia falida. A insensatez das proposições dos filósofos é ironizada. E a filosofia vê-se denunciada como instrumento servil de poderes políticos e outros. Muitos políticos vêem facilitado seu trabalho nefasto pela ausência de filosofia. Massas são mais fáceis de manipular quando não pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho. Quanto mais vaidades se ensinam, menos estarão os homens arriscados a se deixar tocar pela luz da filosofia.
Assim, a filosofia se vê rodeada de inimigos, a maioria dos quais não tem consciência dessa condição. A auto-complacência burguesa, os convencionalismos, o hábito de considerar o bem-estar material como razão suficiente de vida, o hábito de só apreciar a ciência em função de sua utilidade técnica, o ilimitado desejo de poder, a bonomia dos políticos, o fanatismo das ideologias, tudo isso proclama anti-filosofia. E os homens não o percebem porque não se dão conta do que estão fazendo. E permanecem inconscientes de que a anti-filosofia é uma filosofia, embora pervertida, que, se aprofundada, engendraria sua própria aniquilação.
O problema crucial é o seguinte: a filosofia aspira à verdade total, que o mundo não quer. A filosofia é, portanto, perturbadora da paz. E a verdade o que será? A filosofia busca a verdade nas múltiplas significações do ser - verdadeiro, segundo os modos do abrangente. Busca, mas não possui o significado e substância da verdade única. Para filósofo, a verdade não é estática e definitiva, mas o movimento incessante, que penetra o infinito.
No mundo, a verdade está em conflito perpétuo. A filosofia leva este conflito ao extremo, porém o despe de violência. Em suas relações com tudo quanto existe, o filósofo vê a verdade revelar-se a seus olhos. Quem se dedica a filosofia coloca-se à procura do homem , escuta o que ele diz, observa o que ele faz e se interessa por sua palavra e ação, desejoso de partilhar, com seus concidadãos, do destino da humanidade. Eis porque a filosofia não se transforma em credo. Está em continua luta consigo mesma.
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Conheça a Verdade e ela Vos libertará.

Liberdades


Quando há referencia à liberdade, é preciso admitir que são vários os enfoques pelos quais podemos compreendê-la. Se ninguém é solitário, pois convive na liberdade dos homens, a liberdade é um desafio que permeia todos os campos da atividade humana. Assim podemos falar em:

A Liberdade Ética quando nos referimos ao sujeito moral, capaz de decidir com autonomia a respeito de como se conduzir em relação a si mesmo e aos outros. Ser autônomo é um desafio que muitas pessoas não conseguem suportar. Os riscos de engano, a intranqüilidade, a angústia da decisão e a responsabilidade que o ato livre acarreta fazem com que a liberdade seja antes um pesado encargo do que privilégio. Por isso há tantos que a ela renunciam para se acomodarem na segurança das verdades dadas.

A Liberdade Econômica não deve ser confundida com a liberdade absoluta nos negócios. Por um lado, porque toda atividade produtiva supõe relações de dependência entre as pessoas, e, por outro, porque convém precaver-se contra as aparências da liberdade. A livre iniciativa, fundada na idéia de que “deve vencer o melhor”, muitas vezes nos faz esquecer o princípio da igualdade: mesmo quando os talentos são diferentes todos começam juntos na linha de partida. O mesmo não ocorre no sistema econômico fortemente marcado por privilégios e disputas desiguais. Por exemplo, o parque industrial de um país subdesenvolvido não pode disputar sem prejuízos com poderosas multinacionais.

A Liberdade Jurídica é uma das conquistas das modernas sociedades democráticas que defendem a igualdade perante a lei. Ninguém pode ser submetido à servidão e à escravidão; qualquer um tem a garantia da liberdade de locomoção pensamento, agremiação e ação, nos limites estabelecidos por lei. A aristocracia supõe a existência de indivíduos “especiais” que teriam privilégios. Foi contra as vantagens da nobreza que no século XVII as idéias contidas na Declaração dos Direitos do Homem fez surgir uma nova ordem jurídica.

A
Liberdade Política se coloca no espaço público, no espaço do cidadão, isto é, do homem quando participante dos destinos da sociedade. Há liberdade política quando o cidadão tem conhecimento do que acontece nas diversas instâncias do poder público. Além disso, é preciso que exista liberdade de opinião, de voto, de associação, enfim do livre exercício da cidadania. Em conclusão, a liberdade “não é alguma coisa que é dada”, mas resulta de um projeto de ação. Há risco de perda da liberdade quando o homem a ela abdica, seja por comodismo, medo ou insegurança.

Finalizando, podemos relembrar a máxima: A semeadura é livre mas a colheita é certa.