Prece de Cáritas

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Como Será o Seu Dia?

Era uma vez um homem chamado XXX, que acompanhava um amigo a banca de jornais
 
O amigo cumprimentou o Jornaleiro amavelmente, mas como retorno recebeu um tratamento profundamente rude e grosseiro.
 
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de XXX  sorriu e desejou um bom fim de semana ao jornaleiro. Quando os dois amigos desciam pela rua, XXX perguntou:
      - Ele sempre te trata com tanta grosseria?
      - Sim, infelizmente é sempre assim.
      - E você é sempre tão polido e amigável com ele?
      - Pois é...
      - E por que você é tão educado, já que ele é tão grosseirão? - Perguntou XXX.
      - Porque não quero deixar que ele decida como eu devo agir- respondeu o amigo.

Nós somos donos de nossos impulsos. Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar a mercê do mau humor, da impaciência e da raiva dos outros, de pessoas azedas, que chupam limão nas principais horas do dia.
 
Você e que deve decidir como será o seu dia, os níveis de sua educação e, principalmente, a qualidade e a intensidade de humor.
 
Não são os ambientes que nos transformam. Nós e que devemos transformar- para melhor- os ambientes.


Aos Meus Amigos

Já diz uma música que amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito e é dessa maneira que eu procuro fazer com a amizade que tenho para com você meu amigo.
Nós temos uma boa amizade e isso vale muito para mim.

Sei que tanto eu quanto você podemos contar com a presença um do outro em qualquer momento e se não podemos estar presentes, encontramos outra maneira.
Para nós que somos amigos, a todo esse dia a ser comemorado, a ser agradecido, a ser valorizado.

Por tudo que temos vivido e feito, o meu muito obrigado acrescentando que eu aprendo bastante com você. Muito obrigado pela sua amizade, conte comigo meu amigo.

Esse dia é todo dedicado a você!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Milho Premiado


Esta é a história de um fazendeiro bem-sucedido. Ano após ano, ele ganhava o troféu “Melhor Milho" da feira da agricultura. Todo ano, entrava com seu milho na feira e saía com a faixa azul recobrindo seu peito. E o seu milho era cada vez melhor.
Numa dessas ocasiões, uma jornalista ficou intrigada com a informação dada pelo entrevistado sobre como costumava cultivar seu qualificado e valioso produto: o fazendeiro compartilhava a semente do seu milho gigante com todos os seus vizinhos.
 - Como pode o senhor compartilhar sua melhor semente com seus vizinhos quando eles também estão competindo? - indagou a repórter.
- Simples, minha jovem! O vento apanha o pólen do milho maduro e o leva através do vento de campo em campo. Se meus vizinhos cultivam milho inferior, a polinização vai degradar também a qualidade do meu milho. Então, se eu quiser cultivar milho bom, eu tenho que ajudar meus vizinhos a cultivarem milho bom - respondeu o velho fazendeiro.
Distribua boas sementes!
Se você quer viver em paz, ajude que as pessoas a sua volta vivam em paz. Se você cultivar a ira, estará sempre no centro de um campo de guerra. Se você quer ser rico, cultive e distribua riquezas. Se quer ser feliz, distribua felicidade.
Perceba que em uma casa onde há sempre discórdia, brigas e desavenças, as pessoas não cultivam olhares e sorrisos, não cultivam “por favor” e “obrigado”, não cultivam “bom dia” ou “boa noite”. Preocupam-se em guardar essas “boas sementes” para elas, mas se esquecem que, com isso, suas sementes vão se apodrecendo.
No trabalho, em casa, no clube, no trânsito, na igreja… não importa onde, distribua suas melhores sementes de amor e de gentileza. Sem mesquinharia: distribua à vontade! A cada ano, a cada dia, seu “prêmio” será cada vez maior.
Ah, sim! Os nossos sentimentos e desejos, por mais que estejam escondidos, são também alimentados por sementes que distribuímos diariamente. Um dia, a “premiação” chega!
 
Abraços sustentáveis,

domingo, 28 de junho de 2015

Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec)


 

1804-1869

Nascido em Lyon, a 3 de outubro de 1804, de uma família antiga que se distinguiu na magistratura e na advocacia, Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail) não seguiu essas carreiras. Desde a primeira juventude, sentiu-se inclinado ao estudo das ciências e da filosofia.

Educado na Escola de Pestalozzi, em Yverdun (Suíça), tornou-se um dos mais eminentes discípulos desse célebre professor e um dos zelosos propagandistas do seu sistema de educação, que tão grande influência exerceu sobre a reforma do ensino na França e na Alemanha.
Dotado de notável inteligência e atraído para o ensino, pelo seu caráter e pelas suas aptidões especiais, já aos catorze anos ensinava o que sabia àqueles dos seus condiscípulos que haviam aprendido menos do que ele. Foi nessa escola que lhe desabrocharam as idéias que mais tarde o colocariam na classe dos homens progressistas e dos livre-pensadores.
 
Nascido sob a religião católica, mas educado num país protestante, os atos de intolerância que por isso teve de suportar, no tocante a essa circunstância, cedo o levaram a conceber a idéia de uma reforma religiosa, na qual trabalhou em silêncio durante longos anos com o intuito de alcançar a unificação das crenças. Faltava-lhe, porém, o elemento indispensável à solução desse grande problema.

O Espiritismo veio, a seu tempo, imprimir-lhe especial direção aos trabalhos.
Concluídos seus estudos, voltou para a França. Conhecendo a fundo a língua alemã, traduzia para a Alemanha diferentes obras de educação e de moral e, o que é muito característico, as obras de Fénelon, que o tinham seduzido de modo particular.

Era membro de várias sociedades sábias, entre outras, da Academia Real de Arras, que, em o concurso de 1831, lhe premiou uma notável memória sobre a seguinte questão: Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?
De 1835 a 1840, fundou, em sua casa, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia, etc., empresa digna de encômios em todos os tempos, mas, sobretudo, numa época em que só um número muito reduzido de inteligências ousava enveredar por esse caminho.

Preocupado sempre com o tornar atraentes e interessantes os sistemas de educação, inventou, ao mesmo tempo, um método engenhoso de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, tendo por objetivo fixar na memória as datas dos acontecimentos de maior relevo e as descobertas que iluminaram cada reinado.
Entre as suas numerosas obras de educação, citaremos as seguintes: Plano proposto para melhoramento da Instrução pública (1828); Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método Pestalozzi, para uso dos professores e das mães de família (1824); Gramática francesa clássica (1831); Manual dos exames para os títulos de capacidade; Soluções racionais das questões e problemas de Aritmética e de Geometria (1846); Catecismo gramatical da língua francesa (1848); Programa dos cursos usuais de Química, Física, Astronomia, Fisiologia, que ele professava no Liceu Polimático; Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona, seguidos de Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas (1849), obra muito apreciada na época do seu aparecimento e da qual ainda recentemente eram tiradas novas edições.

Antes que o Espiritismo lhe popularizasse o pseudônimo de Allan Kardec, já ele se ilustrara, como se vê, por meio de trabalhos de natureza muito diferente, porém tendo todos, como objetivo, esclarecer as massas e prendê-las melhor às respectivas famílias e países.
Pelo ano de 1855, posta em foco a questão das manifestações dos Espíritos, Allan Kardec se entregou a observações perseverantes sobre esse fenômeno, cogitando principalmente de lhe deduzir as conseqüências filosóficas. Entreviu, desde logo, o princípio de novas leis naturais: as que regem as relações entre o mundo visível e o mundo invisível. Reconheceu, na ação deste último, uma das forças da Natureza, cujo conhecimento haveria de lançar luz sobre uma imensidade de problemas tidos por insolúveis, e lhe compreendeu o alcance, do ponto de vista religioso.

Suas obras principais sobre esta matéria são: O Livro dos Espíritos, referente à parte filosófica, e cuja primeira edição apareceu a 18 de abril de 1857; O Livro dos Médiuns, relativo à parte experimental e científica (janeiro de 1861); O Evangelho segundo o Espiritismo, concernente à parte moral (abril de 1864); O Céu e o Inferno, ou A justiça de Deus segundo o Espiritismo (agosto de 1865); A Gênese, os Milagres e as Predições (janeiro de 1868); A Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos, periódico mensal começado a 1º de janeiro de 1858. Fundou em Paris, a 1º de abril de 1858, a primeira Sociedade espírita regularmente constituída, sob a denominação de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, cujo fim exclusivo era o estudo de quanto possa contribuir para o progresso da nova ciência. Allan Kardec se defendeu, com inteiro fundamento, de coisa alguma haver escrito debaixo da influência de idéias preconcebidas ou sistemáticas. Homem de caráter frio e calmo, observou os fatos e de suas observações deduziu as leis que os regem. Foi o primeiro a apresentar a teoria relativa a tais fatos e a formar com eles um corpo de doutrina, metódico e regular.

Demonstrando que os fatos erroneamente qualificados de sobrenaturais se acham submetidos a leis, ele os incluiu na ordem dos fenômenos da Natureza, destruindo assim o último refúgio do maravilhoso e um dos elementos da superstição.
Durante os primeiros anos em que se tratou de fenômenos espíritas, estes constituíram antes objeto de curiosidade, do que de meditações sérias. O Livro dos Espíritos fez que o assunto fosse considerado sob aspecto muito diverso. Abandonaram-se as mesas girantes, que tinham sido apenas um prelúdio, e começou-se a atentar na doutrina, que abrange todas as questões de interesse para a Humanidade.

Data do aparecimento de O Livro dos Espíritos a fundação de Espiritismo que, até então, só contara com elementos esparsos, sem coordenação, e cujo alcance nem toda gente pudera apreender. A partir daquele momento, a doutrina prendeu a atenção de homens sérios e tomou rápido desenvolvimento. Em poucos anos, aquelas idéias conquistaram numerosos aderentes em todas as camadas sociais e em todos os países. Esse êxito sem precedentes decorreu sem dúvida da simpatia que tais idéias despertaram, mas também é devido, em grande parte, à clareza com que foram expostas e que é um dos característicos dos escritos de Allan Kardec.
Evitando as fórmulas abstratas da Metafísica, ele soube fazer que todos o lessem sem fadiga, condição essencial à vulgarização de uma idéia. Sobre todos os pontos controversos, sua argumentação, de cerrada lógica, poucas ensanchas oferece à refutação e predispõe à convicção. As provas materiais que o Espiritismo apresenta da existência da alma e da vida futura tendem a destruir as idéias materialistas e panteístas. Um dos princípios mais fecundos dessa doutrina e que deriva do precedente é o da pluralidade das existências, já entrevisto por uma multidão de filósofos antigos e modernos e, nestes últimos tempos, por João Reynaud, Carlos Fourier, Eugênio Sue e outros. Conservara-se, todavia, em estado de hipótese e de sistema, enquanto o Espiritismo lhe demonstrara a realidade e prova que nesse princípio reside um dos atributos essenciais da Humanidade. Dele promana a explicação de todas as aparentes anomalias da vida humana, de todas as desigualdades intelectuais, morais e sociais, facultando ao homem saber donde vem, para onde vai, para que fim se acha na Terra e por que aí sofre.

As idéias inatas se explicam pelos conhecimentos adquiridos nas vidas anteriores; a marcha dos povos e da Humanidade, pela ação dos homens dos tempos idos e que revivem, depois de terem progredido; as simpatias e antipatias, pela natureza das relações anteriores. Essas relações, que religam a grande família humana de todas as épocas, dão por base, aos grandes princípios de fraternidade, de igualdade, de liberdade e de solidariedade universal, as próprias leis da Natureza e não mais uma simples teoria.
Em vez do postulado: Fora da Igreja não há salvação, que alimenta a separação e a animosidade entre as diferentes seitas religiosas e que há feito correr tanto sangue, o Espiritismo tem como divisa: Fora da Caridade não há salvação, isto é, a igualdade entre os homens perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua.

Em vez da fé cega, que anula a liberdade de pensar, ele diz: Não há fé inabalável, senão a que pode encarar face a face a razão, em todas as épocas da Humanidade. A fé, uma base se faz necessária e essa base é a inteligência perfeita daquilo em que se tem de crer. Para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender. A fé cega já não é para este século. É precisamente ao dogma da fé cega que se deve o ser hoje tão grande o número de incrédulos, porque ela quer impor-se e exige a abolição de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.
Trabalhador infatigável, sempre o primeiro a tomar da obra e o último a deixá-la, Allan Kardec sucumbiu, a 31 de março de 1869, quando se preparava para uma mudança de local, imposta pela extensão considerável de suas múltiplas ocupações. Diversas obras que ele estava quase a terminar, ou que aguardavam oportunidade para vir a lume, demonstrarão um dia, ainda mais, a extensão e o poder das suas concepções.

Morreu conforme viveu: trabalhando. Sofria, desde longos anos, de uma enfermidade do coração, que só podia ser combatida por meio do repouso intelectual e pequena atividade material. Consagrado, porém, todo inteiro à sua obra, recusava-se a tudo o que pudesse absorver um só que fosse de seus instantes, à custa das suas ocupações prediletas. Deu-se com ele o que se dá com todas as almas de forte têmpera: a lâmina gastou a bainha.
O corpo se lhe entorpecia e se recusava aos serviços que o Espírito lhe reclamava, enquanto este último, cada vez mais vivo, mais enérgico, mais fecundo, ia sempre alargando o círculo de sua atividade.

Nessa luta desigual não podia a matéria resistir eternamente. Acabou sendo vencida: rompeu-se o aneurisma e Allan Kardec caiu fulminado. Um homem houve de menos na Terra; mas, um grande nome tomava lugar entre os que ilustraram este século; um grande Espírito fora retemperar-se no Infinito, onde todos os que ele consolara e esclarecera lhe aguardavam impacientemente a volta!
A morte, dizia, faz pouco tempo, redobra os seus golpes nas fileiras ilustres!... A quem virá ela agora libertar?

Ele foi, como tantos outros, recobrar-se no Espaço, procurar elementos novos para restaurar o seu organismo gasto por um vida de incessantes labores. Partiu com os que serão os fanais da nova geração, para voltar em breve com eles a continuar e acabar a obra deixada em dedicadas mãos.
O homem já aqui não está; a alma, porém, permanecerá entre nós. Será um protetor seguro, uma luz a mais, um trabalhador incansável que as falanges do Espaço conquistaram. Como na Terra, sem ferir a quem quer que seja, ele fará que cada um lhe ouça os conselhos oportunos; abrandará o zelo prematuro dos ardorosos, amparará os sinceros e os desinteressados e estimulará os mornos. Vê agora e sabe tudo o que ainda há pouco previa! Já não está sujeito às incertezas, nem aos desfalecimentos e nos fará partilhar da sua convicção, fazendo-nos tocar com o dedo a meta, apontando-nos o caminho, naquela linguagem clara, precisa, que o tornou aureolado nos anais literários.

Já não existe o homem, repetimo-lo. Entretanto, Allan Kardec é imortal e a sua memória, seus trabalhos, seu Espírito estarão sempre com os que empunharem forte e vigorosamente o estandarte que ele soube sempre fazer respeitado.
Uma individualidade pujante constituiu a obra. Era o guia e o fanal de todos. Na Terra, a obra subsistirá o obreiro. Os crentes não se congregarão em torno de Allan Kardec; congregar-se-ão em torno do Espiritismo, tal como ele o estruturou e, com os seus conselhos, sua influência, avançaremos, a passos firmes, para as fases ditosas prometidas à Humanidade regenerada.


Extraída de Obras Póstumas

 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A Carne É Fraca?


 
 
 
 
 
 
 
 
 Quando alguém procura uma desculpa para justificar suas fraquezas, é comum ouvimos a afirmativa de que a carne é fraca.
A culpa, portanto, é da carne, ou seja do corpo físico.
Esse é um assunto que merece mais profundas reflexões.
O alemão Hahnemann, criador da medicina homeopática, fez a seguinte afirmativa: "o corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade?"
Sábia consideração essa, pois encerra grandes verdades.
Culpar o corpo pelas nossas fraquezas equivaleria a culpar a roupa que estamos usando por um acesso de cólera.
Quando a boca de um guloso enche-se de saliva diante de um prato apetitoso, não é a comida que excita o órgão do paladar, pois sequer está em contato com ele.
É o espírito, cuja sensibilidade é despertada, que atua sobre aquele órgão através do pensamento.
Se uma pessoa sensível facilmente verte lágrimas, não é a abundância das lágrimas que dá a sensibilidade ao espírito, mas precisamente a sensibilidade deste que provoca a secreção abundante das lágrimas.
Assim, um homem é músico não porque seu corpo seja propenso à musicalidade, mas porque seu espírito é musicista.
Como podemos perceber, a ação do espírito sobre o corpo físico é tão evidente que uma violenta comoção moral pode provocar desordens orgânicas.
Quando sofremos um susto, por exemplo, logo em seguida vem a sudorese, o tremor, a diarreia, etc.
Outras vezes, um acesso de ira pode provocar dor de cabeça, taquicardia, e até mesmo deixar manchas roxas pelo corpo.
Quanto às disposições para a preguiça, a sensualidade, a violência, a corrupção, igualmente não podem ser lançadas à conta da carne, pois são tendências radicadas no espírito imortal.
Se assim fosse, seria fácil, pois não teríamos nenhuma responsabilidade pelos nossos atos, desde que, uma vez enterrado o corpo, com ele sumiriam todas as fragilidades e os equívocos cometidos.
Toda responsabilidade moral dos atos da vida fica sempre por conta do espírito imortal, e não poderia ser diferente.
Assim, quanto mais esclarecido for o espírito, menos desculpável se tornam as suas faltas, uma vez que com a inteligência e o senso moral nascem as noções do bem o do mal, do justo e do injusto.
...............................................................................................
Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina, a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as emoções nobres que o Criador depositou em nós.
Fazendo pequenos esforços conquistaremos a verdadeira liberdade, a supremacia do espírito sobre o corpo. E só então entenderemos porque Jesus afirmou: "vós sois deuses, podereis fazer o que eu faço, e muito mais."

domingo, 19 de janeiro de 2014

Uma luz há de vir...


 
Por vezes, tanto empeço na estrada,
Que indagas, coração, de alma desencantada,
Por que meios humanos prosseguir...
Entretanto, ergue a fronte, ao vasto firmamento,
Da nuvem mais pesada ou do céu mais cinzento
Uma luz há de vir...
Deus a ninguém esquece...ante a sombra noturna,
Sem bússola na selva imóvel e soturna,
O viajor se detém, sem coragem de agir;
Pára, pensando em Deus...a névoa se condensa...
Mas a oração lhe diz, além da sombra imensa:
Uma luz há de vir...
Abate-se na mina a sinistra barragem;
Pedras, detrito e lama impedem a passagem,
Vozes clamam, no fundo, a gemer e a pedir;
Eis que a prece se eleva e, ao socorro da altura,
Gritam vozes de irmãos, promovendo a abertura:
Uma luz há de vir...
É noite. Sobre o mar, há bulcões em batalha,
Relâmpagos relembram fogo de metralha
No trovão a rugir;
O barco, aos vagalhões, treme, estremece, estala
Pequena multidão, ora, espera e se cala...
Uma luz há de vir...
Desse modo, igualmente, alma fraterna,
Quando a prova por sombra te governa,
Qual noite que te oculta as visões do porvir,
Quando tudo pareça escuridão que avança,
Trabalha, serve, crê e ouve a voz da esperança:
Uma luz há de vir...

domingo, 22 de dezembro de 2013

Prece de Natal









Senhor Jesus!...

Recordando-te a vinda, quando te exaltastes na manjedoura por luz nas trevas, vimos pedir-te a bênção.
Revela-nos se muitos de nós trazemos saudade e cansaço, assombro e aflição, quando nos envolves em torrentes de alegria.
Sabes, Senhor, que temos escalado culminâncias... Possuímos cultura e riqueza, tesouro e palácios, máquinas que estudam as constelações e engenhos que voam no Espaço! Falamos de ti – de ti que volveste dos continentes celestes, em socorro dos que choram na poeira do mundo, no tope dos altos edifícios em que amontoamos reconforto, sem coragem de estender os braços aos companheiros que recolhias no chão...
Destacamos a excelência de teus ensinos, agarrados ao supérfluo, esquecidos de que não guardaste uma pedra em que repousar a cabeça; e, ainda agora, quando te comemoramos o natalício, louvamos-te o nome, em torno da mesa farta, trancando inconscientemente as portas do coração aos que se arrastam na rua!
Nunca tivemos, como agora, tanta abastança e tanta penúria, tanta inteligência e tanta discórdia! Tanto contraste doloroso, Mestre, tão-só por olvidarmos que ninguém é feliz sem a felicidade dos outros... Desprezamos a sinceridade e caímos na ilusão, estamos ricos de ciência e pobres de amor. É por isso que, em te lembrando a humildade, nós te rogamos para que nos perdoes e ames ainda... Se algo te podemos suplicar além disso, desculpa o nada que te ofertamos, em troca do tudo que nos dás e faze-nos mais simples!...
Enquanto o Natal se renova, restaurando-nos a esperança, derrama o bálsamo de tua bondade sobre as nossas preces, e deixa, Senhor, que venhamos a ouvir de novo, entre as lágrimas de júbilo que nos vertem da alma, a sublime canção com que os Céus te glorificam o berço de palha, ao clarão das estrelas:
- Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens!
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Livro A Luz da Oração
Emmanuel

por Francisco Candido Xavier

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O CRISTÃO E O MUNDO

 

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu sabiamente aos símbolos vivos da Natureza, favo­recendo-nos a compreensão.

A erva está longe da espiga, como a espiga per­manece distanciada dos grãos maduros.
 
Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.
 
Quando o homem comum descansa nas vulgari­dades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos.
 
Suas atitudes não interessam a quem quer que seja.
 
Todavia, em lhe surgindo no coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a mul­tidão.
 
Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem-lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância.
 
O pobre aspirante ao título de discípulo do Senhor ainda não passa de folhagem promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.
 
Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.
 
Esquece-se o mundo de que essas almas ansio­sas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o casulo das paixões inferiores na aspiração de subir.
 
Dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar-se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de seqüência da Na­tureza.
 
Resta ao cristão cultivar seus propósitos su­blimes e ouvir o Mestre:
“- Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.”
— Jesus. (MARCOS: 4. 28)

sábado, 2 de novembro de 2013

Pensando o Mundo


O grande filósofo grego Aristóteles disse, inspirado por seu mestre Platão, que certas ideias tendem a reaparecer de tempos em tempos, que estamos fadados a redescobri-las, vítimas de seu irresistível poder de sedução intelectual. O escritor argentino Jorge Borges, em seu conto "O Imortal", explora justamente esse tema, o da criação do novo a partir da memória do velho. Criação passa a ser recriação; descoberta, redescoberta.



Assim, quando nos perguntamos de onde vieram as primeiras ideias filosóficas, as sementes do pensamento moderno ocidental, não temos dúvidas: Vieram da Grécia antiga, em particular do período entre os séculos VI e IV A.C O início dessa aventura intelectual é marcado pelo aparecimento dos filósofos pré-socráticos, que acreditamos terem sido os primeiros a tentar responder a questões da Natureza usando a razão, e não a mitologia ou a religião.

Este apetite pelo saber racional está na raiz de toda ciência. Às vezes ele é chamado de "encantamento iônico", celebrando os primeiros filósofos pré-socráticos, que habitaram a Iônia, uma província grega da costa oeste da Turquia atual. Segundo Aristóteles, o primeiro deles foi Tales de Mileto, que postulou que a substancia fundamental do cosmo é a água. Essa ideia marca o início da busca por uma estrutura material unificada na Natureza, algo que motiva o trabalho de cientistas em várias áreas distintas, da física de partículas elementares à biologia molecular e à genética.

Para Tales a Natureza é uma entidade dinâmica, em constante transformação, renovando-se em novas formas e criações. Essa visão confronta à escola de Parmênides, outro pré-socrático, que acreditava o oposto: O que é essencial não pode se transformar. O que  "É" simplesmente é. Aqui está a grande ideia de uma entidade eterna, transcendente, além das transformações naturais. O debate entre o eterno e o novo "ser" e o "vir a ser", já havia começado há 2500 anos.

Assim, os pitagóricos uniam de forma mística o estudo da Natureza por meio da razão e da espiritualidade. Para eles, embriagados pelo encantamento iônico, os números eram mais que números, suas funções uma espécie de alfabeto simbólico da Razão Universal. A Natureza, através dos números, estabelecia uma ponte entre o humano e o divino.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dez Conselhos Que Recebemos Antes De Vir Para Este Planeta


1 - Você receberá um corpo.
Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo. 

2 - Você aprenderá lições.
Você está matriculado numa escola informal de tempo integral chamada Vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições. Você poderá amá-las ou considerá-las idiotas e irrelevantes. 

3 - Não há erros, apenas lições.
O crescimento é um processo de ensaio e erro, de experimentação. Os experimentos 'mal sucedidos' são parte do processo, assim como experimentos que, em última análise, funcionam. 

4 - Cada lição é repetida até ser aprendida.
Ela será apresentada à você sob várias formas. Quando você a tiver aprendido, passará para a próxima. 

5 - Aprender lições é uma tarefa sem fim.
Não há nenhuma parte da vida que não contenha lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas. 

6 -  'Lá' só será melhor que 'aqui'.
Quando o seu 'lá' se tornar um 'aqui', você simplesmente terá um outro 'lá' que novamente parecerá melhor que 'aqui'. 

7 - Os outros são apenas espelhos de você.
Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo. 

8 - O que você faz da sua vida é problema seu.
Você tem todas as ferramentas e recursos de que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua. 

9 - As respostas para as questões da vida estão dentro de você.
Você só precisa olhar, ouvir e confiar. 


10 - Você se esquecerá de tudo isso... e ainda assim, você se lembrará.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Autopercepção


Quase de forma consensual, percebe a sociedade que o ritmo da vida moderna, em velocidade vertiginosa, produz grandes dificuldades para a formação de vínculos produtivos nas diversas relações interpessoais e sociais.
Não apenas a quantidade de tempo dedicada à “vida interior”, mas também a qualidade desse tempo têm sido apontadas como fatores causais de relevante peso nos processos de distanciamento afetivo entre as pessoas, mesmo dentro do lar.
Por conseguinte, faz-se necessário que os indivíduos se esforcem para tomar consciência dessa problemática, e busquem caminhos alternativos, com o fito de lograr uma vida com mais qualidade.
Em tal perspectiva, o desenvolvimento das qualidades morais e emocionais se nos apresentam com singular importância. Identificamos, nesse sentido, na autopercepção, uma poderosa alavanca para o aprimoramento.
Define-se a autopercepção como uma capacidade de perceber e compreender o próprio estado de espírito, emoções, impulsos, bem como seus efeitos nas outras pessoas.
Valiosa competência emocional, o constante reconhecimento do próprio estado de espírito permite que identifiquemos os próprios sentimentos, e seus impactos nas relações com familiares, amigos e com os diversos segmentos sociais.
E para a melhor compreensão do valor da autopercepção, faz-se, invariavelmente, útil aprender nos ensinos de Jesus, e na interpretação kardeciana desses ensinos, as mais robustas referencias.
Encontraremos descrito no Quarto Evangelho, o chamado Evangelho segundo João, o anúncio da traição de Judas, quando Jesus, antes de declarar que seria traído, “perturbou-se interiormente” e afirmou que seria um dentre os discípulos que o faria. Simão Pedro, através de um gesto, pede ao “discípulo amado” que pergunte ao Senhor quem seria esse traidor.
Como seria natural acontecer, o estado de perturbação interior e o anuncio da traição causaram grave impacto nos amigos e familiares de Jesus, reunidos em mais uma celebração judaica: a Páscoa.
Nada obstante, Jesus – numa impressionante exemplificação de autopercepção e redirecionamento emocional – revertera toda a disposição emocional negativa que sucedera, através de Suas atitudes transbordantes de amizade, lealdade e afeto, mais ainda, através de seus discursos altamente positivos e otimistas:
“Cesse de perturbar-se o vosso coração! Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar, e quando eu me for e vos tiver preparado um lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também”.
Admiráveis palavras, impregnadas de compaixão e empatia.
Allan Kardec, demonstrando sua impar qualidade de educador, em O Livro dos Espíritos, nos elucida - de forma pragmática - sobre o desenvolvimento da percepção com vistas ao adiantamento moral e intelectual. Dando publicidade à instrução do espírito Agostinho de Hipona, em que esse expoente da Codificação oferece seu método pessoal de reforma intima, o codificador do espiritismo apresenta à humanidade uma forma prática e segura para que ele percorra a senda do crescimento. Instrui o espírito Agostinho:
(...) “Fazei o que eu mesmo fazia, quando vivi na Terra: no final do dia, interrogava minha consciência, passava em revista o que tinha feito e me perguntava se não havia faltado a algum dever, se ninguém tivera motivo de se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver, em mim, o que precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, relembrasse todas as suas ações do dia e se perguntasse o que fez de bem ou mal, rogando a Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecessem, adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, pois, crede-me. Deus o assistiria. Perguntai portanto a vós mesmos e interrogai-vos sobre o que tendes feito, e com que objetivo agistes em tal circunstancia; se fizeste alguma coisa que censuraríeis, da parte de outrem; se praticastes uma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda isto: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria eu que temer o olhar de alguém, ao retornar ao mundo dos espíritos, onde nada fica oculto? Examinai o que podeis ter praticado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente contra vós mesmos. As respostas serão um repouso para vossa consciência ou a indicação de um mal que precisa ser curado.”
Portanto, a despeito do ritmo alucinante da vida hodierna, dediquemos tempo à “vida interior” e façamos o exercício recomendado por Agostinho- espírito em O Livro dos Espíritos, para que não nos distanciemos das pessoas, sobretudo dentro no nosso lar.
Diante desse desiderato, desenvolvemos a autopercepção como poderosa alavanca para colimarmos as melhores qualidades morais e emocionais, necessárias à vida pessoal e social com real qualidade.
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Fonte: Revista Cultura Espírita