Prece de Cáritas

domingo, 4 de janeiro de 2009

Liberdades


Quando há referencia à liberdade, é preciso admitir que são vários os enfoques pelos quais podemos compreendê-la. Se ninguém é solitário, pois convive na liberdade dos homens, a liberdade é um desafio que permeia todos os campos da atividade humana. Assim podemos falar em:

A Liberdade Ética quando nos referimos ao sujeito moral, capaz de decidir com autonomia a respeito de como se conduzir em relação a si mesmo e aos outros. Ser autônomo é um desafio que muitas pessoas não conseguem suportar. Os riscos de engano, a intranqüilidade, a angústia da decisão e a responsabilidade que o ato livre acarreta fazem com que a liberdade seja antes um pesado encargo do que privilégio. Por isso há tantos que a ela renunciam para se acomodarem na segurança das verdades dadas.

A Liberdade Econômica não deve ser confundida com a liberdade absoluta nos negócios. Por um lado, porque toda atividade produtiva supõe relações de dependência entre as pessoas, e, por outro, porque convém precaver-se contra as aparências da liberdade. A livre iniciativa, fundada na idéia de que “deve vencer o melhor”, muitas vezes nos faz esquecer o princípio da igualdade: mesmo quando os talentos são diferentes todos começam juntos na linha de partida. O mesmo não ocorre no sistema econômico fortemente marcado por privilégios e disputas desiguais. Por exemplo, o parque industrial de um país subdesenvolvido não pode disputar sem prejuízos com poderosas multinacionais.

A Liberdade Jurídica é uma das conquistas das modernas sociedades democráticas que defendem a igualdade perante a lei. Ninguém pode ser submetido à servidão e à escravidão; qualquer um tem a garantia da liberdade de locomoção pensamento, agremiação e ação, nos limites estabelecidos por lei. A aristocracia supõe a existência de indivíduos “especiais” que teriam privilégios. Foi contra as vantagens da nobreza que no século XVII as idéias contidas na Declaração dos Direitos do Homem fez surgir uma nova ordem jurídica.

A
Liberdade Política se coloca no espaço público, no espaço do cidadão, isto é, do homem quando participante dos destinos da sociedade. Há liberdade política quando o cidadão tem conhecimento do que acontece nas diversas instâncias do poder público. Além disso, é preciso que exista liberdade de opinião, de voto, de associação, enfim do livre exercício da cidadania. Em conclusão, a liberdade “não é alguma coisa que é dada”, mas resulta de um projeto de ação. Há risco de perda da liberdade quando o homem a ela abdica, seja por comodismo, medo ou insegurança.

Finalizando, podemos relembrar a máxima: A semeadura é livre mas a colheita é certa.

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