Prece de Cáritas

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O CRISTÃO E O MUNDO

 

Ninguém julgue fácil a aquisição de um título referente à elevação espiritual. O Mestre recorreu sabiamente aos símbolos vivos da Natureza, favo­recendo-nos a compreensão.

A erva está longe da espiga, como a espiga per­manece distanciada dos grãos maduros.
 
Nesse capítulo, o mais forte adversário da alma que deseja seguir o Salvador, é o próprio mundo.
 
Quando o homem comum descansa nas vulgari­dades e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe examina os passos.
 
Suas atitudes não interessam a quem quer que seja.
 
Todavia, em lhe surgindo no coração a erva tenra da fé retificadora, sua vida passa a constituir objeto de curiosidade para a mul­tidão.
 
Milhares de olhos, que o não viram quando desviado na ignorância e na indiferença, seguem-lhe, agora, os gestos mínimos com acentuada vigilância.
 
O pobre aspirante ao título de discípulo do Senhor ainda não passa de folhagem promissora e já lhe reclamam espigas das obras celestes; conserva se ainda longe da primeira penugem das asas espirituais e já se lhe exigem vôos supremos sobre as misérias humanas.
 
Muitos aprendizes desanimam e voltam para o lodo, onde os companheiros não os vejam.
 
Esquece-se o mundo de que essas almas ansio­sas ainda se acham nas primeiras esperanças e, por isso mesmo, em disputas mais ásperas por rebentar o casulo das paixões inferiores na aspiração de subir.
 
Dentro da velha ignorância, que lhe é característica, a multidão só entende o homem na animalidade em que se compraz ou, então, se o companheiro pretende elevar-se, lhe exige, de pronto, credenciais positivas do céu, olvidando que ninguém pode trair o tempo ou enganar o espírito de seqüência da Na­tureza.
 
Resta ao cristão cultivar seus propósitos su­blimes e ouvir o Mestre:
“- Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio na espiga.”
— Jesus. (MARCOS: 4. 28)

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