Prece de Cáritas

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Santo Expedito



Segundo a tradição, era armênio, não se conhecendo o lugar de seu nascimento. Era chefe da 12ª Legião Romana, cognominada "Fulminante", estabelecida em Metilene, na Capadócia, sede de uma das províncias romanas da Armênia, e onde sofreu seu martírio.

A Armênia foi uma das primeiras regiões a receber a pregação dos apóstolos Judas Tadeu, Simão e Batolomeu, mas foi também local de inúmeras perseguições aos cristãos. Essa região foi regada com o sangue de muitos mártires, entre eles Santo Expedito, levado à morte a 19 de Abril de 303, sob o poder de Deocleciano.

Deocleciano subiu ao trono de Roma em 284 e, devido ao seu caráter, parecia oferecer aos cristãos garantias de benevolência, pois havia em seu palácio a liberdade de religião.

Porém, por influências de seu genro pagão, Galero, determinou a perseguição dos cristãos, ordenando a destruição de igrejas e livros sagrados, a suspensão das assembléias cristãs e a renúncia de todos os cristãos. Galero, sempre incitado por sua mãe, também pagã, queria abolir para sempre o Cristianismo e, através de insinuações maldosas e mentiras, fez Deocleciano crer que o cristianismo conspirava de várias formas contra a nobreza do imperador.

Deocleciano, então, empreendeu a exterminação sistemática dos cristãos, envolvendo, inclusive, os membros de sua própria família e os servidores de seu palácio. O evento tornou-se um holocausto sangrento, com oficiais, magistrados, o bispo da Nicomédia (Antino), padres, diáconos e simples fiéis, assassinados ou afogados em massa.


A energia do generoso soldado Expedito e sua situação de chefe de legião chamaram a atenção de Deocleciano quando as perseguições começaram. Entre muitos que já haviam pagado com a vida, estavam Maurício, outro chefe de legião, Marcelo, centurião romano e Sebastião, tribuno da guarda pretoriana, hoje conhecido como São Sebastião. Sendo assim, Expedito e seus companheiros de armas, cheios de admiração pelo capitão Sebastião, prometeram imitar sua conduta, sabendo que teriam a mesma sorte de enfrentar a morte a ter que renunciar sua fé.

Assim ocorreu com Santo Expedito que, depois de ser flagelado até derramar sangue, teve a cabeça decepada. Era o dia 13, das calendas de Maio, ou 19 de Abril de 303, afirmam os martinólogos da época. Somente em 324, com a retomada da autoridade do imperador cristão Constantino, as terríveis perseguições tiveram fim.

O culto à Santo Expedito se estabeleceu em sua pátria, transpondo o Oriente e passou para a Alemanha meridional. De lá se espalhou pela Itália, Espanha, França e Bélgica. Em várias igrejas do mundo apresentam-se estátuas representando Santo Expedito, com traje legionário, vestindo uma túnica curta e um manto jogado militarmente atrás dos ombros, tendo postura militar. Em uma mão segura uma palma e na outra uma cruz.

Com seu pé, esmaga um corvo, que se consome a lançar seu grito habitual: "Crás" ("Amanhã", o deixar para o dia seguinte ou mais tarde, tudo o que se deve cumprir imediatamente). Santo Expedito responde à ave, com a cruz que segura na mão direita, "Hodie!" ("Hoje", sua vontade de lançar fora qualquer retardamento ou hesitação no cumprimento da tentação).

Por este motivo, é invocado nos casos que exigem solução imediata e recebeu o título de patrono das "Causas Urgentes". Ele não adia seu auxílio para amanhã, atende sua prece hoje ou na hora em que mais se precisa de ajuda.

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