Prece de Cáritas

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Ansiedade e Serenidade


Os pesquisadores de opinião informam que a maioria das pessoas sente mais ansiedade diante da idéia de falar em público do que diante da idéia da morte.

Tornamo-nos mais ansiosos sobre o que vestir do que sobre como viver.
Ficamos mais ansiosos por não encontrarmos um lugar para estacionar do que por não encontrarmos soluções para a injustiça social e econômica.
Preocupamo-nos mais com o crescimento de nossos investimentos do que com o nosso próprio crescimento.

Mas é possível aprender a permitir que a ansiedade nos conduza por um caminho de paz interior. A serenidade não é a ausência permanente de ansiedade, mas uma confiança interior derivada de transformar a ansiedade natural em fé.

A maneira genuína de dominar a ansiedade é transformadora, ela muda a ansiedade transformando-a na paz que supera a compreensão. Saber como sentir ansiedade em relação ao que vale a pena é vital para o crescimento pessoal. Nossa reação ao sentimento básico da ansiedade determina nosso caráter e nossa personalidade.

A serenidade não evita os problemas da vida cotidiana nem interpreta as duras realidades da existência. A serenidade genuína só se desenvolve a partir da aceitação irrestrita da condição humana. A paz de espírito não é estática, algo que alcançamos de uma vez para sempre.

“Iluminação”, “salvação” e “céu” implicam uma serenidade permanente, mas originam-se na aceitação da condição humana, e não da tentativa de transcendê-la. A serenidade – palavra que vem do latim e significa clareza – é o resultado de ver a vida com clareza, sem os filtros habituais.

Costuma-se confundir a serenidade com um estado estático, ao invés de compreendê-la como um processo dinâmico e em evolução. Ambas as polaridades – ansiedade e serenidade, conflito e paz – são essenciais ao crescimento.

A ansiedade acompanha o desequilíbrio da mudança, aqueles momentos em que deixamos possibilidades novas e desconhecidas perturbarem nossos velhos esquemas mentais.

A paz de espírito surge ao entendermos o apelo da ansiedade e atuarmos para integrar com êxito o novo crescimento à nossa totalidade.
Então à medida que a roda do crescimento continua a girar, experimentamos de novo a ansiedade do desconhecido.

Ao nos tornarmos capazes de saudar a ansiedade com a mesma presteza com a qual saudamos a serenidade, experimentaremos a verdadeira paz, a paz profunda que transmite compreensão.
Aí a experiência da ansiedade não mais nos deixará ansiosos, mas se transformará na mais profunda fé.

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